quarta-feira, 11 de março de 2009

Eu tava tentando tirar alguma coisa do meu violão completamente desafinado quando lembrei da primeira música ensinada no Cap: pra não dizer que eu não falei das flores. Mas eu só lembrava o iniciozinho da música porque tocava num comercial aí sobre qualquer coisa. Então eu fui no youtube, digitei o nome da música, escolhi o primeiro vídeo da lista, esperei carregar e depois que eu assisti... de repente o violão; o fato de eu estar aprendendo a tocar violão... me pareceu ridículo. Soava como uma afronta, como se eu tivesse segurando a prova da minha alienação; como se eu tivesse virando a cara pro mundo e decidindo viver um sonho de vidro fosco. Nada demais na verdade, uma sensação com essa eu, e milhares de pessoas como eu (que têm uma casa, comida, relativa segurança, dinheiro e uma tv), já senti diversas vezes. Sabe como é: culpa pelas crianças morrendo de fome na África, por aquelas pedindo esmola no sinal, por aquelas das fotos no jornal mortas por bombas, e etc, e você aqui, no computador, de barriga cheia, com pai e mãe e escola bacana, e etc. E então você decide nunca mais estragar comida e bolar um plano pra mudar o mundo; e talvez isso dure uma semana, talvez duas, mas daí depois você só segue em frente. É um clichê de vida, se é. E dessa vez pra mim talvez só seja mais uma vez, mas... se vocês puderem ver o vídeo AGORA e derem pause aos 52 segundos...
Sério, vão ver o vídeo antes de continuar.
(http://www.youtube.com/watch?v=5rtU0pg-kkw)
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Mas aí veio esse menino da foto. E, se querem saber, de primeira eu nem reparei em seus membros faltosos, porque eu estava muito ocupada me assustando com o olhar dele. Quer dizer, olha pra ele, não é só um olhar de uma criança perdida, ou com fome, ou desesperada. Eu preferia vê-lo gritando da mais pura raiva a ver aquele olhar de novo. O olhar de um adulto
Foi isso que eu senti, e então eu fiquei encarando a foto por bastante tempo até ver só... um menino de novo; perdido, desesperado, gritando de agonia e dor, desolado, fechado e marcado. Talvez ele nunca tenha tido a chance de aprender a andar... E não é só uma foto, é um alguém real que está por aí. É real... e ele existe. ESSE MENINO EXISTE!!!
Eu sei: você sabe disso. Talvez só eu não soubesse com certeza, e a revelação me deixou um pouco tonta. Não é como um filme com final trágico que você assiste várias vezes na esperança de que se, talvez, se você assistir de novo, o final mude, e tudo fique muito-bem-obrigado; é mais como um agora muito longe e extremamente difícil de ser alterado e completamente impossível se você quiser ficar sentado com esse seu traseiro gordo nessa cadeira pensando em o quanto o mundo é realmente injusto. Isso é uma mensagem pra mim, só pra frizar.
Ok, dessa vez nada de planos pra instituir uma reforma agrária mundial, nem de socar os políticos até que eles se tornem justos, porque não dá mais pra esperar mais ninguém começar alguma coisa pra que eu simplismente concorde ou amaldiçoe. Porque eu posso começar alguma coisa, de verdade. Posso mesmo. Talvez a África seja muito longe, e a faixa de Gaza um lugar para se virar uma peneira; mas quer saber? Há taaantas coisas pra fazer... Eu não posso fazer todas, não mesmo, mas posso escolher uma, certo? Imagine um gigantesco pote de vidro cheio de pequenos papeizinhos (um pote muito, muito grande), e em cada pedaço de papel: um problema; que vai desde a chateação de um menino com sua bola de futebol furada até grandes guerras.Mas esse pote é especial, porque, além de ter esse tamanho absurdo, ele é mágico. Se é. Dele só se tiram os papeizinhos certos para o que está ao alcance da pessoa que o tirou. Isso não é Deus, nem destino, isso é... uma coisa que simplismente acontece. Vou pegar um. Ainda não sei o que tá escrito, mas tenho certeza de que é realizável. Tenho um rastro de idéia do que seja, mas não vou olhar agora. Sabe o que eu vou fazer nesse exato momento? Desalienar. Eu acho política uma das cinco coisas mais chatas do mundo, mas vou fazer um esforço pra ter interesse. Nem tão cedo eu vou ter um partido de preferância ou uma proposta governamental, ou vou entender o que está acontecendo no mundo; mas o começo é sempre assim, muito mais difícil.
Ah! Isso não quer dizer que eu vá parar de treinar violão, ler livros de ficção, assistir filmes e seriados compulsivamente ou deixar de fazer qualquer uma dessas coisas que eu goste. Eu só tô acrescentado uma coisinha a mais.

Mosaico

DIÁLOGOS DE RUA


Duas crianças de rua estavam se atracando no meio do Carnaval do Recife Antigo (a menina dava uma chave de braço no boizinho). Conversa entre um grupo de garotas que assistia à cena.
-Meu Deus, olha só, eles tão brigando!...
-Ih, é mermo, qué que a gente faz?
-Sei lá, qualquer coisa!
-A gente não faz nada. A menina que tá ganhando!
-É verdade, então deixa assim mesmo
-É, deixa assim...
(...)
-Não minha gente, bora separá
-Já sei! Faz cosquinha nele!
-Boa idéia!

(e o menino já tava perdendo)


Conversa entre mãe e filha (de uns 4 anos) no banheiro feminino do Shopping, no box ao lado.
-Mas Laura, você não pode ficar prendendo o xixi não...
-O quê?
-VOCÊ não pode ficar prendendo o xixi não...
-Prendendo o quê!?!
-O XIXI!!!
-Ah... (...) E como faz isso?


No telefone.
- Boa tarde, eu queria saber se vocês têm aula de judô aí.
- Não, não temos... Porque aqui é um lava-jato.
- Ah.


Na mesa do almoço. Conversa entre uma amiga da minha avó e meu avô.
-É, mas hoje em dia já tem aqueles computadores pequenos que se leva pra todo canto é top... topláp,não... top...
-É, topless.


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EI PSIU!!! Não tem nada pra fazer?!??! Ou tem tanta coisa pra fazer que você fica sobrecarregado só de pensar em tudo?!?!? Não importa!!! EU!, tenho a solução.

http://www.acheipromocao.com.br/category/concurso-cultural

É um sitezinho que mostra um bocado de concursos culturais que tão acontecendo. Coisas do tipo: responda à pergunta, "O que vcoê faria se fosse um alien?", as 5 frases mais criativas ganham uma viagem pra Marte! Não perca, essa promoção é coisa de outro mundo! ¬¬'. Enfim, coisas desse tipo, ou com quiz, envio de vídeos, fotos e etc. Tem alguns sem graça mas tem umas legais. Eu decidi entrar em todas dessas de frases e algumas mais, só pra passar o tempo e ainda ter a esperançazinha de chegar algum prêmio pelo correio =). Sabe como é, uma distração que pode me levar à Disney com tudo pago =D! Tudo bem, ninguém ganha nessas coisas, mas é legal participar. Com destaque essa aqui:

http://www.cinematecaveja.com.br/promocao.php

É um quiz de filmes. Cada quiz com dez questões sobre um ou dois filmes. É bom pra lembrá-lo(!) que sua memória é uma droga. (NOTA 6 EM TITANIC =D!!)

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Ando...
...lendo: Brisingr
...assistindo: The O.C.
...ouvindo: Legião Urbana
...tentando: tocar violão (mesmo ele estando incomodavelmente desafinado)






E ainda... Que eu falasse a língua dos homens... Que eu falasse a língua dos anjos...

sexta-feira, 6 de março de 2009

O menino do pijama listrado


Fiquei num estado de transe absoluto quando esse filme acabou, e por tanto tempo que os créditos terminaram e, aos minutos passados, se somaram mais alguns até que eu voltasse à consciência; na verdade a uma semi-consciência, porque eu acabei de assistir ao filme e já vim direto escrever sobre ele.
Eu não gosto de falar o quanto algo é bom ou ruim para alguém quando tô tentando convencê-lo a dar uma olhada, porque geralmente a pessoa já vai com uma perspectiva muito grande ou negativa, o que acaba por influenciar diretamente no julgamento da coisa. Então é isso: assistam se quiserem, leiam a sinopse e entrem num estado de espírito neutro quando começar, só assim poderão ter uma opinião verdadeira, e isso vale pra tudo ;].



Links:

Download .avi (700 mb) e legenda port. (55kb)

(nesse formato pode-se gravar em DVD e assistir no aparelho)

Download .mp4 (165 mb) legendado


Download .rmvb (295 mb) DUBLADO

terça-feira, 3 de março de 2009

Momento Saúde

"Conhece-te a ti mesmo", diz o lema do curso de Anatomia Humana; lema que me diz muito pouco porque a frase já é tão batida que perdeu parte do significado. Mas reconheço que é perfeito pra matéria, afinal, você é um corpo. E, para aqueles que acreditam, uma alma também (mas e daí?). Bem, a questão é que eu tava estudando, e logo na introdução da matéria vinha isso (sente a responsabilidade)

"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi
sobre o cadáver desconhecido,
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas,
cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e
sentiu saudades dos outros que partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer,
sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade.
A humanidade que por ele passou indiferente"


"O.o", pensei eu. Na verdade nunca me ocorreu a idéia de ver um cadáver como 'alguém', algo que já possuiu sentimentos. Pra mim sempre foram carcaças, puros objetos de estudo. Até mesmo quando cogitei a possibilidade de ser legista, ainda assim, pra mim, descobrir o modo como morreram era uma espécie de jogo, não estava ligado a nenhum dever moral ou qualquer coisa dessas. Ou mesmo quando fui ao enterro de pessoas queridas eu olhava a face fosca e pensava: onde será que está agora? Porque você sabe que 'aquilo' não é mais alguém.
Enfim; porém, logo após ler esse texto eu senti quase uma compaixão por todos os indigentes do mundo que foram cortados, expostos e analisados puramente com a razão sem que ninguém tivesse lhe dito: "ei, obrigado por nos entregar seu corpo, nos ajudará muito em nossa formação, obrigado mesmo."... mas a sensação veio e foi como um raio, porque logo depois eu pensei: O que seria de mim se cada cadáver que eu fosse estudar eu soubesse o nome, como viveu e quantas pessoas choraram por ele; ou pior!, que teve um nome, viveu, amou e morreu sem que ninguém sentisse que partiu? Seria como assistir miseráveis vezes uma história real com o mesmo fim mórbido. Eu simplismente não sei se conseguiria cortar ao meio, retirar e analisar as vísceras de uma criatura assim, como sei que não conseguiria fazer isso com o cadáver de algum parente meu. Então cheguei a seguinte conclusão: são como as conchas de um molusco, tudo o que eu tenho é só a concha, o indivíduo se foi; ali não existe mais nada a não ser restos de um sistema que não pode mais ser operacionado, não serve pra mais nada a ninguém a não ser para estudo ou, se houver alguém por ele, para lamentações de algo que poderia ter sido e não foi; mas!, talvez tenha um significado maior para algum alguém que está por aí... Então, eu não vou dizer "obrigado" a uma concha; o que vou fazer é uso dela, e me tornar a melhor profissional que puder com isso; é a única maneira de não me afetar demasiadamente e ainda assim, honrar sua existência.




[ah! para os maiores de dezoito anos: DOEM SANGUE! O Brasil precisa de cerca de 5.500 bolsas de sangue por dia, com a sua ajuda só faltarão 5.499! É possível que você se sinta fraco e tonto depois disso, mas poderá salvar até 3 pessoas de uma morte terrível e dolorosa ;]. Para alguma dúvida, acesse: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2013]